Genebra 26.05.2010 – A relatora especial das Nações Unidas para o direito da moradia adequada, Raquel Rolnik, alertou que um retrocesso nos direitos concedidos às comunidades fundadas por ex-escravos de ascendência africana (também conhecidos como quilombolas) para controlar e desfrutar de suas terras tradicionais poderia ir contra as obrigações internacionais do Brasil sobre os direitos humanos.
O Supremo Tribunal Federal deve se pronunciar em breve sobre a constitucionalidade de um decreto que regulamenta a concessão de títulos às comunidades quilombolas. “Este decreto é uma das várias medidas para compensar a dívida histórica do Brasil com comunidades afetas por séculos de dominação e violação de seus direitos”, disse Rolnik.
A constitucionalidade do decreto 4887/2003, do ano de 2003, foi questionada ao Supremo Tribunal Federal do Brasil pelo partido Democratas (DEM), com o apoio da Confederação Nacional da Indústria, da Confederação Nacional de Produtores da Pecuária e da Sociedade Rural Brasileira.
Se o decreto for considerado inconstitucional, poderá colocar em cheque o direito das comunidades quilombolas ao acesso à terra e aos recursos naturais”, disse Rolnik. “Isso pode ir contra as obrigações internacionais do Brasil, particularmente no âmbito do Pacto Internacional sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais.
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http://www.politicaspublicas.net/panel/onu/sr/513-br-rolnik-tierras.html
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